sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Revista Jangada

saíram dois poemas meus (pavão e e a tatuagem no pênis ereto daquela moça de vestido amarelo) na Revista Jangada, iniciativa do departamento de letras da universidade federal de viçosa. além dos poemas, há muitos outros lindíssimos trabalhos em prosa, fotografia, dança, crítica literária etc. vale muito a pena ver! 

e vamos seguindo que um dia a ventania me arremessa para o além-alto. 

III Sarau de Música e Poesia, Clube Literário Tamboril

aconteceu em pirapora, com artistas daqui e de buritizeiro, e o público, e o povo. pirapora e buritizeiro são duas cidades ribeirinhas do rio são francisco, separadas por uma ponte. da margem de uma dá pra ver a outra. o rio está seco, mas a arte e a cultura derramam, para equilibrar. o tema deste sarau foi modernismo-tropicália e esteve bem lindo e colorido. declamei "improviso do mal da américa", do mário de andrade, poema que trata da miscigenação brasileira na perspectiva do branco aprisionado numa raça com a qual não se identifica. é dramático e denso o poema. mário de andrade foi um grande pesquisador da cultura popular brasileira. no fim da sua vida, reclamou ter sido mais pesquisador do que poeta. talvez haja um pouco de um contido no outro, como pirapora e buritizeiro, ribeirinhas das mesmas águas. 












- primavera de 2014 - 

ps: as aquarelas são do david nascimento.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

marina vargas tomaz, ou estrada





o eremita, do tarot, é uma carta que simboliza passagem: senhor velho, barbudo, caminhando sozinho pelo deserto apenas com uma lanterna em mãos. não importa de onde veio, ou para onde está indo, o eremita vai e esta é sua virtude: ir. acrescento aos meus estudos sobre o trânsito as fotografias de marina vargas tomaz na estrada. há um vidro separando a paisagem do olhar da artista. mas há estrada e há olhar. vidro também importa. afinal, o eremita é um sábio que entende ser o processo muito mais bonito do que a partida ou a chegada. porque o processo somos. não chegaremos a nada. 

ps. para acompanhar os trabalhos de marina, de quem também é a capa deste blog: aqui.
ps 2. publicamos marina no salto, coluna semanal sobre artistas barranqueiros no Jornal A Semana. acompanhe aqui a semana dela. 

e a gente se fala. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

david presente


david nascimento é um artista plástico piraporense de dezessete anos. pura flor em desabrocho. para acompanhar os impressionantes trabalhos do querido, só clicar aqui.

gratidão, david. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

de pirapora


nesta sexta, acontece o terceiro sarau de música e poesia de pirapora/buritzeiro. estarei lá, organizando e declamando poema do mário de andrade. o tema é modernismo-tropicália e estão todxs mais do que convidadxs.

domingo, 19 de outubro de 2014


cena do filme o abismo prateado, de karim ainouz. o diretor tornou-se, com esta obra, o meu preferido do cinema brasileiro. agregou a estética cinematográfica aos meus estudos sobre o trânsito. para quê esse estudo me tem servido é conversa para depois, para não gastar assunto. por enquanto, basta a indicação, a foto e a música do chico, que inspirou o filme.


p.s. o tempo tem sido generoso e se transformado em som e cinema diante de mim. relógio não é mais o símbolo, relógio não manda mais aqui. 


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Trovoa - Metá Metá




“ – Oh! É que eu te amo! – recomeçava ela. – Amo-te a ponto de não poder viver sem ti, sabes? Tenho às vezes desejos de ver-te novamente quando todas as fúrias do amor me desesperam. Pergunto a mim mesma: ‘Onde está ele? Talvez esteja falando com outras mulheres. Elas lhes sorriem, ele se aproxima...’ Oh! Não, não é verdade, não gostas de nenhuma? Há outras mais bonitas, mas eu, eu sei amar melhor! Sou tua serva e tua concubina! Tu és meu rei, meu ídolo! És bom, és belo, és inteligente! És forte!

Rodolphe a ouvira tantas vezes dizer tais coisas que elas nada mais tinham de original para ele. Emma assemelhava-se a todas as suas amantes; e o encanto da novidade, caindo pouco a pouco como uma veste, deixava ver a nu a eterna monotonia da paixão, que tem sempre as mesmas formas e a mesma linguagem. Aquele homem tão experiente não distinguia mais a diferença dos sentimentos sob a igualdade das expressões. Porque lábios libertinos ou venais lhe haviam murmurado frases semelhantes, ele mal acreditava em sua candura; era preciso, pensava, descontar suas palavras exageradas, escondendo as afeições medíocres: como se a plenitude da alma não transbordasse algumas vezes nas metáforas mais vazias, já que ninguém pode algum dia exprimir exatamente suas necessidades ou seus conceitos, nem suas dores, já que a palavra humana é como um caldeirão rachado, no qual batemos melodias próprias para fazer dançar os ursos, quando desejaríamos enternecer as estrelas.”


(Gustave Flaubert, Madame Bovary, 1857)

Me gritaron negra! - Victoria Santa Cruz



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014